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A SUSTENTABILIDADE NAS ESCOLAS E CMEIS NOS ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR, GESTÃO DEMOCRÁTICA E EDIFICAÇÕES

Atualizado: 9 de mai.


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Nesta semana que passou – 22 a 24 de maio de 2024, estive participando do XVII Congresso Internacional das Cidades Educadoras que tratou da temática “Sustentabilidade, Inovação e Inclusão na Cidade Educadora: Transformando o presente”. Durante esse evento também aconteceu a VII Expo Educação e o IV Encontro Internacional de Educação Ambiental da Rede Municipal de Ensino de Curitiba.

 

Participei, juntamente com o Professor Dr. Ivo Dickmann (UNOCHAPECÓ), e a Pedagoga Wanderléia Aparecida Coelho (MP/PR), da Mesa de Abertura do Encontro Internacional de Educação Ambiental com a temática “As dimensões políticas e pedagógicas da Educação para a Sustentabilidade”. Cada um dos participantes da mesa teve seu tema específico articulado à temática geral e, nesse sentido, desenvolvi o tema que está no título desta escrita “A sustentabilidade nas escolas e CMEIS nos aspectos da organização curricular, gestão democrática e edificações”.


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Da esquerda para a direita - Dra. Sônia M.M. Carneiro; Dra. Marise B. M. de Abreu; Dr. Ivo Dickmann; Pedagoga Wnaderleia A. Coelho; Dr. Valdir Nogueira.

 

Vou escrever, a seguir, uma síntese da minha fala, mas antes, quero registrar o momento maravilho proporcionado por esse evento que foi encontrar meus amigos de pesquisa, de partilhas e a querida e sempre presente orientadora e supervisora de minhas pesquisas doutoral e pós-doutoral, Prof. Dra. Sônia Maria Marchiorato Carneiro. Como postei em outra rede social, foi possível estar com minha família acadêmica, mas também, encontrar pessoas afetuosas, acolhedoras e que nos ajudam a avançar nas reflexões pelas leituras que fazem de nossas pesquisas, nossos textos. Fui maravilhosamente acolhido pelos Educadores e Educadoras da cidade de Curitiba – pessoas que sempre estiveram presentes desde o primeiro momento de chegada à cidade até o término do evento. São pessoas-luzeiros, pois, pelos modos de agir, pelas trocas, pelos diálogos estabelecidos fizeram e fazem o mundo que habito, mais lindo.




Então, em linhas gerais, o que tratei na minha fala na mesa de abertura? Fiz um recorte do título em quatro eixos gerais e, deles, tratei de dois que considerei os centrais, pois, no meu entender, os demais eixos apresentavam-se como secundários e articulados aos que dei mais ênfase. São eles:

 

  1. SUSTENTABILIDADE E/NAS ESCOLAS E CMEIS

  2. SUSTENTABILIDADE E/NA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

  3. SUSTENTABILIDADE E/NA GESTÃO DEMOCRÁTICA

  4. SUSTENTABILIDADE E/NAS EDIFICAÇÕES

 

Antes de tratar desses eixos, fiz uma breve contextualização situando o texto no contexto e, com isso, fiz destaque aos problemas socioambientais atuais e urgentes que têm como pano de fundo, o que Edgar Morin (2019; 2020) denomina de policrises. As figuras em sequência retratam essa parte da minha fala:


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Fonte: Elaborado por NOGUEIRA, Valdir (2024)

 

Essas emergências socioambientais, no meu entender, estão situadas no contexto das policrises, a saber:

 

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Fonte: Elaborado por NOGUEIRA, Valdir (2024), a partir das contribuições de LEFF (2006; 2016).


A partir dessa contextualização segui com minha proposição e apresentei um ponto de referência sobre sustentabilidade. Recorri ao texto das Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental para situar o entendimento de meio ambiente articulado à ideia de sustentabilidade –  “II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; [Grifos meus]” (BRASIL, 2012 – DIRETRIZES DE EA).


Ao tomar esse entendimento como base para iniciar minhas reflexões, apresentei um esquema pautado nas ideias de Leff (2006) e Sachs (2008) que tratam da racionalidade ambiental e, nessa direção, da sustentabilidade ou sustentabilidades como propõe Sacks. Esses direcionamentos me permitiram sustentar que formas e modos de vida (sociodiversidade e biodiversidade; homem e natureza) estão em relação de interdependência. Portanto, a perspectiva da sustentabilidade socioambiental possibilita compreender o mundo sob a dinâmica das interações entre as dimensões social, econômica, política, cultural, ambiental etc. (CARNEIRO; NOGUEIRA, 2019). Vejamos o esquema das racionalidades e sustentabilidades:

                                                                                                                                                           

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Fonte: Elaborado por NOGUEIRA, Valdir (2024), a partir das contribuições de LEFF (2006; 2016), e SACHS (2008).

 

Ao tomar como base esse referencial e o contexto situacional, apresentei meus pontos de apoio e reflexão propositiva nas relações entre currículo e sustentabilidade:

 

  1. ORIENTAÇÃO da construção de conhecimentos e saberes para sustentabilidade da vida (LEFF, 2016);

  2. ROMPIMENTO com a fragmentação entre ciências da natureza e ciências humanas no contexto da práxis curricular;

  3. DESAFIO EPISTEMOLÓGICO da questão ambiental na organização do currículo nas grandes áreas: compreensão do mundo, configuração dos saberes, modos de cognição (imaginários e linguagens, escutas, dialógica);

  4. CONSTRUÇÃO DA RACIONALIDADE AMBIENTAL na construção curricular: ontologia existencial, política da diferença e ética da outridade (LEFF, 2016) (humanos e não humanos) – bases sociológicas do currículo – Antropoética e Ontologia (NOGUEIRA, 2021);

  5. EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADA no contexto das Ciências Humanas – Toda Educação Ambiental é Educação;

  6. SUPERAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO curricular e da ideia de mudança pela aposta numa “disciplina de Educação Ambiental”;

  7. SUPERAÇÃO METODOLÓGICA pautada, ainda, numa perspectiva de escola das “liçõezinhas” e das “atividades”, por uma escola da investigação;

  8. SUPERAÇÃO DA TRANSPOSIÇÃO DE ORIENTAÇÕES E PRÁXIS METODOLÓGICAS do Ensino Fundamental para a Educação Infantil – atenção aos modos de operacionalização da especificidade do nível;

  9. ARTICULAÇÃO ENTRE CORRENTES da Educação Ambiental na organização curricular – reposicionamento das conexões crianças-natureza.


No meu entender, são pontos fundamentais para pensarmos uma organização curricular mais efetiva em relação ao que a humanidade enfrenta sob o ponto de vista dos desafios da sustentabilidade a partir das escolas e centros de Educação Infantil. Esses pontos que desafiam a organização curricular, estão, no meu entender, articulados ao que se coloca como propósitos e pautas para a gestão no contexto da Educação e, nesse sentido, de escolas e centros de Educação Infantil, como segue:


  1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL por si, não se efetivam nos contextos escolares e de aprendizagem – Gestão Estratégico-Dialógica das políticas nos diferentes contextos;

  2. NÍVEIS, CONTEXTOS, TEMPOS (rotinas), ESPAÇOS E DIREITOS de aprendizagem configuram-se como pautas da gestão escolar nas relações Educação Ambiental e Sustentabilidade;

  3. ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL e demandas da Educação Básica na construção de espaços educadores sustentáveis;

  4. FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL no contexto da Lei Orçamentária Anual e nos planos de Desenvolvimento das Escolas;

  5. PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO articulado ao Desenvolvimento da Educação Socioambiental nos Sistemas de Ensino – corresponsabilidade da gestão em escolas.


Para dar conta dessas demandas: currículo e gestão democrática articulados à sustentabilidade socioambiental, destaquei alguns eixos político-educativos, a saber:

 

  1. O DESENVOLVIMENTO PLENO do estudante nas suas relações com os ambientes de vida em compreensão multidimensional das escalas espaciais de interação;

  2. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE COMUNITÁRIA-PLANETÁRIA em vista das relações de pertencimento e cuidados ético-estéticos das redes biosociodiversas constituídas nas interações sujeitos e meio ambiente, conexões estudante-natureza;

  3. A COMPREENSÃO DE SI E DOS OUTROS como base da compreensão das relações com a natureza e da condição humana nos diferentes processos de aprendizagem – didática na perspectiva socioambiental;

  4. A SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL como via epistêmica e política das interações eu-outro-comunidade de vida – construção da comunidade de pertença desde as unidades escolares e CMEIS;

  5. A CONSTRUÇÃO DE PRINCÍPIOS REFERENCIAIS às interações equilibradas, respeitosas e comprometidas com todas as formas e modos de vida no planeta – da escala local à global, enquanto orientadores do currículo escolar e da gestão democrática nas unidades escolares e CMEIS.


Esses eixos apresentados sintetizam-se no que acredito ser o maior desafio das unidades escolares e centros de Educação Infantil no contexto atual, apresentados num tripé conceitual e de ação, como segue na figura abaixo:

 

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Fonte: Elaborado por NOGUEIRA, Valdir (2024), a partir das contribuições de TIRIBA (2014; 2021), e ZUIN (2020).

                                                                                                                  

O desemparedamento está articulado ao que propõe Léa Tiriba (2014; 2021) – uma necessidade e uma urgência nas unidades educacionais – as crianças estão circulando entre caixas (casa, apartamento, salas de aula) e aprendendo sobre meio ambiente e sustentabilidade desconexas da natureza e do entorno das escolas e centros de Educação Infantil. Por sua vez, a desbritização coloca-se como uma emergência em muitas unidades escolares pela perspectiva higienista que as sustenta – o chão é de pedra, brita e cimento. As crianças e adolescentes pouco interagem com os elementos naturais e ambientes das unidades.


Desbritizar passa por uma mudança de mentalidade e uma tomada de consciência sobre os modos de relação entre seres humanos e não humanos, sobre crianças e natureza, sobre o significado de meio ambiente no contexto da aprendizagem. Isto articula-se à premente urgência de desplastificar a infância, como aponta a pesquisa coordenada por Zuin (2020) e apresentada pelo Instituto Alana. Se pensarmos na saúde e no pleno sentido do significado de sustentabilidade da vida, é mais do que uma urgência, é uma emergência mudarmos de via e começarmos e reestruturar os currículos e, a partir dele, pela perspectiva de gestão, as mudanças necessárias nas unidades educacionais. Sustentabilidade não pode ser um discurso e nem uma palavra da moda. Ela é uma atitude que gera transformação social e planetária.


Encerrei minha participação na mesa, com dois pensamentos – um de Peter Wohlleben e outro de Jane Goodall, colocam duas perguntas fundamentais: uma sobre saber ver e outra sobre o que é ser humano.


“[...] Tudo funciona de forma perfeitamente organizada e interconectada. [...] todo ser vivo tem um propósito e um papel no ecossistema. [...] nossa espécie precisa enxergar com clareza. Mas será que realmente temos uma boa visão do que está acontecendo? ” (WOHLLEBEN, Peter. 2022, p. 8).

“As mudanças climáticas não são algo que talvez nos afete no futuro – já estão nos afetando neste exato momento [...]. [...] Leva tempo para que nos tornemos completamente humanos [...]” (ABRAMS; GOODALL, 2023, p. 10;72).


Bom, essa foi minha participação no evento, e sai de lá muito feliz. Como escrevi, pelos abraços recebidos e, também, pelas ideias compartilhadas. Esses pontos de minha fala serão apresentados, mais detalhadamente em artigo e logo poderei apresenta-lo por aqui.

 

Saudações socioambientais!


Valdir Nogueira

Ph.D. em Educação

 



REFERÊNCIAS

 

ABRAMS, Douglas; GOODALL, Jane. O livro da esperança. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.

BRASIL, MEC. Resolução Nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.

LEFF, Enrique. A aposta pela vida: imaginação sociológica e imaginários sociais nos territórios ambientais do Sul. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.  

LEFF, Enrique. Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

MORIN, Edgar. É hora de mudarmos de via: as lições do coronavírus. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2020.

MORIN, Edgar. Fraternidade: para resistir à crueldade do mundo. São Paulo: Palas Athena, 2019.

NOGUEIRA, Valdir. Mapeamento de aprendizagens focais para a leitura de mundo, de si e dos outros na Educação Infantil em conexão com a Educação Ambiental. Pesquisa de Pós-Doutorado (UFPR). Universidade Federal do Paraná, Curitiba: UFPR, 2021.

NOGUEIRA, Valdir; CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. Nosso Projeto-Mundo NPM-EA: Proposta Metodológica de Educação Ambiental. São Paulo: Independente, 2019.

SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

TIRIBA, Léa. Educação Infantil como direito e alegria: em busca de pedagogias ecológicas, populares e libertárias. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2021.

TIRIBA, Léa. O convívio com a natureza é um direito das crianças? Reflexões sobre educação, escola e divórcio entre seres humanos e natureza. In. SILVA, Ainda Maria Monteiro; TIRIBA, Léa (Orgs.). Direito ao ambiente como direito à vida: desafios para a educação em direitos humanos. São Paulo: Cortes, 2014.

ZUIN, Vânia Gomes. Infância plastificada: o impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no meio ambiente. Pesquisa. São Paulo: ALANA/UFSCAR, 2020.

WOHLLEBEN, Peter. A sabedoria secreta da natureza: árvore, animais e o maravilhoso equilíbrio entre todos os seres vivos. Rio de Janeiro: Sextante, 2022.


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2 comentários

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VALDIR  NOGUEIRA
VALDIR NOGUEIRA
31 de mai. de 2024

Compartilho o comentário recebido por e-mail, da Professora e querida Amiga, Dra. Sônia Maria Marchiorato Carneiro.


Bom entardecer, Valdir querido!


Terminei de ler o seu texto do Blog Post e achei muito bom, ou seja, uma ótima síntese sobre sua apresentação no Congresso Internacional das Cidades Educadoras, a qual enfoca princípios e fundamentos  importantes para a EI-EA. Apesar de você já ter discutido em outras falas e textos sobre a necessidade do desemparedamento da EI-EA, nessa atual fala e texto estão outros conceitos que considerei importantes sob o ponto de vista da EA na EI, o desbritizar e o desplastificar; pois, a EA na relação com a sustentabilidade da vida demanda também tais conceitos, do contrário entra-se num processo educacional…


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VALDIR  NOGUEIRA
VALDIR NOGUEIRA
31 de mai. de 2024
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Obrigado, minha querida Amiga e Orientadora, Prof. Sônia, como sempre e carinhosamente lhe chama nosso Amigo e Professor, Ivo Dickmann. Fico muito feliz com sua leitura e, mais ainda, por acessar o arquivo do e-book que trata da EDUCAÇÃO AMBIENTAL no ENCONTRO ANTROPOÉTICA E ONTOLOGIA - encontro este referenciado nos estudos de Edgar Morin e Humberto Maturana.


Gratidão, com abraços de Vida e Luz!🌻

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