VIDA DE EDUCADOR COM CAUSA E PROPÓSITO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
- Valdir Nogueira
- 9 de mai.
- 5 min de leitura

Tenho defendido que em cada Pessoa-Professor há potencialidades abertas ao mundo, à vida, ao outro e, portanto, potencialidades que tornam os ambientes escolares plenos de possibilidades de viver o direito à Vida como fundamento do direito de aprender e de conhecer.
Cortella (2022, p. 133), escreveu em uma de suas obras que “Se o segredo da vida é a biodiversidade, o segredo da vida humana é a antropodiversidade[1], a diversidade do humano”. Nessa direção é que caminha a causa e o propósito vital do Professor Anderson Ribeiro que compartilha práticas e experiências fundantes do direito humano à Vida e aos processos do aprender e do conhecer pelo aspecto antropológico da diversidade humana incluída, existência irrepetível.
Em rede social, o Professor postou mensagem que traduz essa ancoragem da perspectiva vital em defesa da educação pela inclusão:

Tamanha potencialidade de pensamento que se ancora na Antropoética de Morin (2005, p. 104) – a ética da Vida, que é uma ética para o outro -, “A ética para o outro reclama, portanto, antes de mais nada, não remeter o outro para fora da humanidade”. Assim, não remeter o Outro para fora da humanidade e reclamar a ética para o Outro, como escreve o Professor Anderson, é “[...] acreditar na inclusão [...] acreditar na dignidade, no respeito e no direito de todos sonharem e conquistarem seu lugar no mundo”. Neste ponto reside uma causa e um propósito, uma missão enquanto educador engajado, comprometido, corresponsável com sua comunidade de destino, com esses Outros que também lhe dão vitalidade e motivo para seguir a caminhada de fazer-se Pessoa-Professor.
A Educação inclusiva, em sentido Antropoético é, portanto, Educação que não remete o Outro para fora da humanidade é, pois, Educação que inclui a diversidade do humano, em todas as dimensões – modos, formas e condições de vida. Nisso reside, ainda, entender com o Professor Anderson que a Educação Especial na perspectiva Inclusiva exige atitude ética em defesa da vida e, com isso, construção de referenciais político-pedagógicos e pedagógico-didáticos que sustentem o acesso, a permanência e a promoção desses Outros todos que, pelos seus modos de “Ser no Mundo”, potencializam as territorialidades educativas.
As imagens, a seguir, retratam esse movimento de criar sentido e produzir significado político-formativo na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes para que possam, por si e pelos potenciais próprios, “[...] sonharem com seu lugar no mundo”.

Em ângulo mais aproximado, a próxima imagem, foca recursos desenvolvidos pelo Professor para utilizar em aulas e orientações dos estudantes na rede municipal onde atua – São João do Itaperiú/SC, mas também, para momentos de formação e compartilhamento de saberes com outros educadores e outras redes, como o que ocorreu no Centro Universitário Censupeg, no mês de março de 2025.

Nestas propostas pedagógico-didáticas residem o sentido do propósito assumido pelo profissional em foco, a mais, situa-se a sua crença nas capacidades e potencialidades humanas presentes em cada um dos estudantes – crianças, adolescentes, jovens e adultos com os quais atua. Pela sua trajetória, o profissional tem construído uma perspectiva educativa que fundamenta teórico-metodologicamente o seu saber-fazer, o seu agir-transformar o mundo do Outro. Uma perspectiva didática que se conecta ao que sustenta Gardner (2012, p. 65), no campo das inteligências múltiplas quando afirma que,
[...] hoje em dia já está estabelecido, de modo muito convincente, que os indivíduos possuem mentes muito diferentes umas das outras. A educação deveria ser modelada de forma a responder a essas diferenças. Em vez de ignorá-las, e julgar que todos os indivíduos têm (ou deveriam ter) o mesmo tipo de mente, nós deveríamos tentar garantir que cada pessoa recebesse uma educação que maximizasse seu potencial intelectual.
As pessoas em processo de escolarização – aprendizagem e construção de conhecimentos, são diferentes nos seus modos de ser, pensar e agir; têm, portanto, pelas suas diferenças físicas, intelectuais, sociais, culturais e daí por diante, direito a processos educativos que superem a linearidade dos modos de conceber as relações corpo-mente, cognição-emoção, sentir-pensar, sujeito-mundo. Disso resulta o valor da criação de recursos potenciais ao desenvolvimento das pessoas em suas potencialidades. O vídeo, a seguir, mostra esse compromisso docente quando o profissional explica uma de suas produções.
Dado o valioso trabalho realizado, recentemente Professor Anderson Ribeiro assumiu a função de Diretor de Educação Especial no município de São João do Itaperiú, o que amplia os potenciais desse profissional na condução das proposições político-educativas nesse campo, a mais, abre possibilidades para a construção de referenciais diretivos, condução de políticas formativas e desenvolvimento de ações didático-pedagógica inclusiva na rede e para além dela, expandindo os horizontes do compromisso da governança pública.

Nesse movimento reside uma pedagogia dos sonhos possíveis, como sustentou Paulo Freire (2002, p. 28): “[...] o sonho possível não se trata de uma idealização ingênua, masemerge justamente da reflexão crítica acerca das condições sociais de opressão cuja percepção não se faz determinista, mas compreende a realidade como mutável a partir da participação dos sujeitos que a constituem, sendo igualmente por ela constituídos”.
O Professor Anderson Ribeiro é esse profissional dos sonhos possíveis, dos potenciais humanos, da escola como possibilidade, da abertura às capacidades político-criativas dos estudantes. Um profissional que, superando a consciência ingênua (em muitos âmbitos socioculturais), ampliou os modos de ver-sentir-pensar a Educação Especial Inclusiva pelas reflexões e atuações na realidade das redes públicas de ensino. Portanto, um profissional das mudanças, da cooperação, da construção de outros mundos possíveis pela inclusão enquanto direito à vida. Como bem expressou a Professora Dilcecléia Barros – docente e coordenadora do polo Censupeg Barra Velha,
“É sobre sonhar, realizar e se orgulhar. No último dia 27 tive o orgulho de ver concretizado o orgulho da realização do sonho da formação através da palestra/oficina ministrada pelo Professor Anderson Ribeiro, onde foram compartilhadas teorias e práticas que oportunizam um processo educativo pautado na equidade e no altruísmo”.
Essa Educação das possibilidades é a que defendemos. Tal demanda resulta em potentes profissionais Professores que não desistem de seus sonhos, das suas causas e de seus propósitos assumidos nesta casa planetária, nosso destino comum. Sigamos aprendendo com o Professor Anderson Ribeiro as trilhas pedagógicas da educação inclusiva que sustenta a Vida em sua plena forma de existenciar-se.

Prof. Valdir Nogueira.
[1] Sobre esse aspecto, caberia escrever outro texto neste blog com contribuições de Edgar Morin e Humberto Maturana – autores onde ancoro o diálogo entre Antropoética e Ontologia.
REFERÊNCIAS:
CORTELLA, Mário Sergio. Ser humano é ser junto: por uma vida sem preconceito e com diversidade. São Paulo: Planeta do Brasil, 2022.
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Unesp, 2001.
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MORIN, Edgar. O método 6: ética. 2 ed. Porto Alegre: Sulina, 2005.

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